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Ausência de sintomas não é saúde

Ter saúde não se resume ao silêncio de sintomas e precisa incluir um olhar que integre os mais diversos fatores que afetam a saúde.

Principais temas explorados:

As raízes históricas do conceito de saúde
De Hipócrates e Galeno ao paradigma ocidental que associou saúde apenas à ausência de doença

O impacto do pensamento cartesiano
Como a divisão mente-corpo e o mecanicismo moldaram a medicina moderna

Industrialização e medicalização
O avanço do modelo farmacológico e a lógica de mercado que transforma saúde em produto

Críticas ao reducionismo biomédico
OMS, modelo salutogênico e psicologia positiva como marcos de visão ampliada da saúde

Sintomas como sinais adaptativos
A abordagem de Canguilhem e a importância de compreender a adaptação criativa do organismo

As consequências do paradigma atual
Impactos econômicos, sociais e individuais da visão limitada de saúde

Trechos sobre o tema:

“Desde a Antiguidade até os dias de hoje, saúde tem sido um conceito evasivo e mal compreendido. A simplificação que reduz a saúde à mera ausência de sintomas físicos vem de longe, foi construída ao longo da história médica ocidental e acabou se firmando como um paradigma silencioso que foi institucionalmente reforçado. Essa definição ignora toda a complexidade que envolve a experiência de viver verdadeiramente com saúde.”
“No século XVII, a divisão entre corpo e mente proposta por René Descartes reforçou ainda mais essa forma de pensar. O corpo virou uma máquina composta por peças que podiam falhar e, se isso acontecesse, precisavam ser consertadas. Esse modelo fragmentado acabou abafando o entendimento mais amplo de saúde que culturas como o Ayurveda e a Medicina Tradicional Chinesa preservam até hoje: uma saúde vista como equilíbrio entre corpo, emoções, ambiente e relações.”
“Em sua obra clássica O Normal e o Patológico, o filósofo e médico Georges Canguilhem já alertava sobre os perigos dessa simplificação, sugerindo que sintomas não deveriam ser tratados como sinais isolados, mas como manifestações complexas e adaptativas do corpo humano em resposta às adversidades do ambiente."
“É fundamental promover uma virada de chave na forma como se compreende o que é estar saudável. Saúde é movimento, plasticidade, coerência e contexto. E isso exige sair da lógica da resposta tardia e investir numa mentalidade clínica verdadeiramente proativa que una tecnologias de análise avançada, algoritmos preditivos, inteligência artificial e, sobretudo, uma escuta clínica refinada e comprometida com o que não se revela instantaneamente ou por exames básicos.”

FIQUE POR DENTRO DO QUE JÁ ESTÁ MUDANDO

Embarque na jornada que desafia o senso comum e descubra uma nova perspectiva sobre a prática clínica.

  • Por que a ausência de sintomas é um critério insuficiente (e perigoso) de saúde
  • Como a medicina reduziu a vitalidade humana a indicadores laboratoriais (e por que isso é ineficaz)
  • O impacto do modelo fragmentado nas doenças crônicas e no burnout profissional
  • A medicalização silenciosa da vida emocional e a anestesia da escuta clínica
  • Como tecnologias, algoritmos e biomarcadores podem ser aliados reais — se usados com contexto, inteligência e propósito
  • E qual seria o novo pacto possível entre quem cuida, quem é cuidado e quem desenha os sistemas.
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