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A medicina como resposta à morte

A medicina nasceu como reação ao medo da morte e, por séculos, se moldou para vencer o inevitável.

Principais temas explorados:

Origem histórica da medicina ocidental
Como a Antiguidade e as epidemias moldaram um modelo centrado na sobrevivência

Hospitais medievais e a Peste Negra
A função dos hospitais como abrigos para os moribundos, mais do que locais de cura

O Renascimento e a anatomia
Andreas Vesalius e o avanço anatômico ainda submetido à lógica da morte

Visões críticas de Foucault e Gawande
Como a filosofia e a crítica contemporânea revelam os limites do olhar médico focado na morte

Guerras e o paradigma emergencial
A influência das guerras e da medicina militar na consolidação de práticas rápidas e reativas

A obsessão moderna por prolongar a vida
Consequências de priorizar quantidade de vida sobre qualidade e sentido

Trechos sobre o tema:

“Pasmem: a medicina moderna (e toda a lógica que determina a dinâmica em healthcare) não nasceu do amor à vida. Ela nasceu do medo da morte. É nesse choque, simples e incômodo, que está a raiz da mais profunda das contradições médicas ocidentais: o esforço hercúleo em prolongar vidas e o contentamento de que elas não necessariamente se traduzam em vidas bem vividas, está fora do escopo.”
“Historicamente, a medicina tem caminhado lado a lado com a sombra persistente da morte. Desde suas origens na Antiguidade clássica, passando pelos corredores insalubres dos hospitais medievais, até as salas esterilizadas das clínicas modernas, ela evoluiu essencialmente como resposta à ameaça imediata da morte, e não propriamente como um caminho de promoção ativa da saúde integral.”
“Médicos, muitas vezes confundidos com curandeiros ou sacerdotes, atuavam à sombra constante da morte, e a linha entre cuidado clínico e conforto espiritual era tênue. Curas eram raras. O medo, constante. O hospital medieval simboliza essa medicina reativa: para acolher os moribundos e oferecer uma morte menos solitária.”
“O famoso Juramento Hipocrático, embora contenha o princípio nobre de ‘não causar danos’, revela implicitamente uma preocupação maior com a morte iminente do que com o florescimento da saúde. Na Grécia Antiga, o valor do médico era medido por sua habilidade de intervir no limiar entre a vida e a morte.”

FIQUE POR DENTRO DO QUE JÁ ESTÁ MUDANDO

Embarque na jornada que desafia o senso comum e descubra uma nova perspectiva sobre a prática clínica.

  • Por que a ausência de sintomas é um critério insuficiente (e perigoso) de saúde
  • Como a medicina reduziu a vitalidade humana a indicadores laboratoriais (e por que isso é ineficaz)
  • O impacto do modelo fragmentado nas doenças crônicas e no burnout profissional
  • A medicalização silenciosa da vida emocional e a anestesia da escuta clínica
  • Como tecnologias, algoritmos e biomarcadores podem ser aliados reais — se usados com contexto, inteligência e propósito
  • E qual seria o novo pacto possível entre quem cuida, quem é cuidado e quem desenha os sistemas.
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