image of job applicants in a discussion at a medical clinic

O apagamento da subjetividade no ato clínico

Quando a experiência do paciente é silenciada, a clínica perde precisão, vínculo e humanidade.

Principais temas explorados:

O impacto da ausência de escuta
Como a redução da anamnese a um checklist compromete diagnósticos e desfechos clínicos

Limitação da clínica ao que cabe no exame
A crítica ao domínio das métricas que ignoram contextos e dados menos óbvios

Hierarquia de saberes e corpo múltiplo
A teoria de Annemarie Mol e a submissão do corpo vivido ao corpo medido

Algoritmos e viés clínico - a importância do contexto
Como a ausência de contexto nos sistemas de apoio à decisão gera desigualdades e erros

Escuta como tecnologia de precisão
A revalorização da narrativa e do relato como ferramentas clínicas essenciais

Experiências multiprofissionais no Brasil e no mundo
Casos do Sírio-Libanês, CAPS e atenção primária que mostram como a escuta amplia resultados clínicos

Trechos sobre o tema:

“A anamnese sempre foi um dos pilares mais nobres do ato clínico. Escutar a história do paciente com atenção e tempo era um gesto central da prática médica, como um ritual de acolhimento e validação. Hoje, esse espaço foi corroído. Transformou-se num interrogatório cronometrado, dominado por perguntas fechadas, preenchimento de protocolos eletrônicos e controle de tempo.”
“Nas doenças crônicas, essa exclusão se torna ainda mais grave. Como são condições moduladas por história de vida, emoções e estressores ambientais, tratá-las como entidades puramente biomédicas é um erro estrutural. Não por acaso, tantas delas permanecem classificadas como ‘sem causa definida’ ou ‘sem cura’.”
“Quando a IA assume a burocracia, sobra espaço para o encontro. Quando os algoritmos organizam dados sem sufocar o sujeito, temos mais precisão, não menos, e quando o prontuário permite nuance e narrativa, ele se transforma em um espelho clínico mais fiel. E quando o médico reaprende a ouvir, ele diagnostica melhor e reconstrói a confiança.”
“Um leve aumento de colesterol pode levar a anos de tratamento com estatinas, enquanto anos de dor sem causa aparente são tratados com indiferença. O corpo numérico ganha precedência sobre o corpo vivido. Esquecemos, em algum momento, as limitações históricas de nossas ferramentas de medição e decidimos que tudo que não é mensurável é menos relevante.”

FIQUE POR DENTRO DO QUE JÁ ESTÁ MUDANDO

Embarque na jornada que desafia o senso comum e descubra uma nova perspectiva sobre a prática clínica.

  • Por que a ausência de sintomas é um critério insuficiente (e perigoso) de saúde
  • Como a medicina reduziu a vitalidade humana a indicadores laboratoriais (e por que isso é ineficaz)
  • O impacto do modelo fragmentado nas doenças crônicas e no burnout profissional
  • A medicalização silenciosa da vida emocional e a anestesia da escuta clínica
  • Como tecnologias, algoritmos e biomarcadores podem ser aliados reais — se usados com contexto, inteligência e propósito
  • E qual seria o novo pacto possível entre quem cuida, quem é cuidado e quem desenha os sistemas.
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