image of job applicants in a discussion at a medical clinic

A institucionalização da doença como modelo de negócio

Quando o adoecimento se torna matéria-prima de lucro, a saúde deixa de ser objetivo e conflitos de interesse dificultam avanços fundamentais.

Principais temas explorados:

A doença como produto e motor de mercado
Como a lógica econômica transformou o paciente em cliente e a doença em ativo financeiro

O modelo fee-for-service que não leva o desfecho em conta
Remuneração por procedimento e volume, que estimula excesso de intervenções sem foco em resultado

O ciclo lucrativo da dependência
Estratégias de mercado são pensadas para manter pacientes crônicos em tratamentos contínuos

Medicalização da vida cotidiana
Diagnósticos ampliados, especialmente em psiquiatria, e o impacto de interesses da indústria farmacêutica

Incentivos perversos nos planos de saúde
Como a remuneração por volume e não por bem-estar cria fraudes e distorce a prática clínica

A falta de modelo sustentável para a saúde
Por que a prevenção e a cura são menos rentáveis do que a manutenção do adoecimento

Trechos sobre o tema:

“A medicina moderna foi criada para salvar vidas. Mas o ecossistema que se formou ao seu redor transformou a doença em matéria-prima de um mercado em expansão. Isso é constatação documentada em relatórios econômicos, estudos de saúde pública e investigações jornalísticas.”
“O problema não está somente em como tratamos a doença, mas em como ela se tornou o epicentro de toda a estrutura de healthcare. Procedimentos, internações, exames e prescrições são, hoje, os eixos de sustentação do faturamento hospitalar e farmacêutico. Em termos mercadológicos, o paciente saudável não gera receita.”
“O modelo fee-for-service, predominante em grande parte do mundo, exemplifica com clareza essa lógica. Nele, o profissional ou a instituição é remunerado por ato realizado, não por resultado alcançado. Cada consulta, exame ou procedimento se torna uma linha de receita, pouco importa se o paciente melhora de fato.”
“Enquanto curar é uma ação pontual, barata e finalizadora, manter o paciente em gestão crônica garante receita contínua e previsível. A estrutura inteira — da bula ao hospital — foi desenhada para operar sob fluxo de sintomas controlados. A medicina centrada no adoecimento é rentável. A saúde, até aqui, ainda não tem modelo de negócio.”
“A doença fica administrável, mas há uma tríade de efeitos colaterais profundos: o primeiro é a corrosão da esperança. Quando o sistema só oferece controle, o paciente começa a se resignar. A ideia de reversão, regeneração ou cura passa a soar utópica, esotérica ou ‘alternativa’.”

FIQUE POR DENTRO DO QUE JÁ ESTÁ MUDANDO

Embarque na jornada que desafia o senso comum e descubra uma nova perspectiva sobre a prática clínica.

  • Por que a ausência de sintomas é um critério insuficiente (e perigoso) de saúde
  • Como a medicina reduziu a vitalidade humana a indicadores laboratoriais (e por que isso é ineficaz)
  • O impacto do modelo fragmentado nas doenças crônicas e no burnout profissional
  • A medicalização silenciosa da vida emocional e a anestesia da escuta clínica
  • Como tecnologias, algoritmos e biomarcadores podem ser aliados reais — se usados com contexto, inteligência e propósito
  • E qual seria o novo pacto possível entre quem cuida, quem é cuidado e quem desenha os sistemas.
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