A ciência só ganha força quando dialoga com a vida real e com quem está diante do profissional.
A evidência que ignora o indivíduo
O risco da generalização cega e a importância de adaptar protocolos à singularidade do paciente
Protocolos versus raciocínio clínico
Como guidelines rígidos podem sufocar a escuta ativa e a inteligência relacional do médico
Os pontos cegos da medicina baseada em evidências
Populações médias, critérios de exclusão, métricas simplistas, foco no curto prazo... e como isso tudo te afeta
O viés na produção de evidências
Interferências da indústria farmacêutica e limitações metodológicas nos ensaios clínicos
Reducionismo e fragmentação
Como a obsessão por métricas "objetivas" desconsidera o estilo de vida, a narrativa e o contexto social do paciente
Reconciliação entre ciência e escuta
Iniciativas como medicina narrativa e atenção primária integrativa que devolvem humanidade ao uso da evidência
“O cerne da questão está na diferença entre o que funciona ‘em média’ e o que funciona ‘neste corpo, neste momento, com essa história de vida’. Ensaios clínicos randomizados — o ideal da evidência — são excelentes para demonstrar efeitos médios em grupos estatisticamente controlados. Mas sua transposição para a clínica esbarra em um dado elementar que já abordamos na obra: ninguém é uma média.”
“Em países como o Brasil, onde a diversidade cultural, social e biológica é imensa, a aplicação cega de diretrizes universais pode ser especialmente danosa. Um protocolo construído com base em estudos norte-americanos pode não se aplicar a populações indígenas, quilombolas ou a pacientes com dificuldades de acesso, baixa escolaridade ou alimentação precária.”
“Há também protocolos que, mesmo tecnicamente corretos, falham eticamente. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine (2020) revelou que algoritmos utilizados para priorização de pacientes em programas de saúde favoreciam, inadvertidamente, pacientes brancos em detrimento de negros, mesmo quando os indicadores clínicos eram semelhantes.”
“O desafio está em desenvolver modelos de cuidado que reconheçam que cada paciente traz um corpo, uma biografia e um entorno. Que o protocolo é hipótese, que a escuta é lupa e que a evidência sem contexto não é ciência, é reducionismo.”
FIQUE POR DENTRO DO QUE JÁ ESTÁ MUDANDO